Em um novo capítulo de suas reflexões sobre os legados das civilizações, com especial destaque para a era açucareira que marcou profundamente sua história e geografia, a Usina de Arte enriquece seu acervo com a instalação “Fall of the Giants” (Queda de Gigantes), criada pelos renomados artistas franceses Anne e Patrick Poirier.

Inaugurado em janeiro último, o conjunto de esculturas que compõe a obra encontrou residência permanente no Parque Artístico-Botânico do projeto, localizado em Água Preta. Esta incorporação estimula uma reflexão que desafia a noção linear da história, que geralmente é associada ao progresso, ao confrontar as experiências de sobrevivência nestes territórios. A obra aspira às complexidades que nos antecedem.

Anne e Patrick Poirier, além de escultores, são também arquitetos e arqueólogos. Em suas obras, eles utilizam a força questionadora sobre a memória e a fragilidade das civilizações. A estética da ruína é um dos principais elementos que eles empregam para interpretar a relação entre passado e presente.

“Fall of the Giants” (Queda de Gigantes) foi desenvolvida entre 1988 e 1989 para o Storm King Art Center, posteriormente integrando a Coleção Mallin em Nova York, até ser adquirida em um leilão da Sothebys. Agora, essa obra desembarca na Zona da Mata Sul pernambucana, uma das principais regiões geopolíticas produtoras de cana-de-açúcar no Brasil, que foi fundamental para o projeto colonial no país.

Anne e Patrick Poirier explicam:

Nosso trabalho preocupa-se com a ideia de fragilidade. Seja ela da memória, culturas, natureza ou humanidade. Para expressar esse sentimento, usamos todos os tipos de materiais, imagens e metáforas. E entre as nossas metáforas favoritas estão as ruínas. Arquiteturas ou esculturas quebradas são as imagens mais evidentes dessa fragilidade.